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Brasil com Frestas

  • Foto do escritor: Portal Sensus
    Portal Sensus
  • 18 de abr. de 2022
  • 4 min de leitura

A dura e fria realidade de um Brasil invisível para muitos, mas sentida por tantos



 


Apesar de ser difícil de pôr em números, há famílias que passam frio no inverno, mesmo dentro de casa. Segundo dados do Cadastro Único, Guarapuava tinha em setembro de 2021, mais de 5 mil famílias com renda igual ou menor que R$ 89. Muitas dessas famílias moram em situações precárias, sem proteção contra chuvas fortes e, principalmente, contra o frio.


No último inverno, em 2021, Guarapuava foi a cidade que registrou a temperatura mais baixa no Paraná. No mês de julho, a cidade passou por três ondas intensas de frio, marcando temperatura mínima de -3,4ºC em uma das ondas.

A pandemia de Covid-19 favoreceu a população a ficar em casa, devido aos novos protocolos de saúde que dificultavam a propagação do vírus. Dessa forma, abrir os olhos para as necessidades de outras famílias se tornou difícil. Mesmo assim, as campanhas de arrecadação de cobertores e agasalhos não pararam, tão pouco o trabalho de algumas ongs que são voltadas para o combate ao frio.


As políticas públicas se tornam de grande importância para conseguir combater a desigualdade social e a privação de direitos básicos, garantindo a integridade física da população. Em Guarapuava, a Lei de Concessão de Benefícios Eventuais garante à população acesso aos direitos básicos à população.

Segundo o capítulo IV da lei, os Benefícios Eventuais se caracterizam como direitos sociais legalmente instituídos, que pretendem atender às necessidades humanas básicas, de forma integrada com os demais serviços no município. As famílias que apresentam renda per capita de até ¼ do salário mínimo podem ser contempladas pelos benefícios da lei, sendo eles: auxílio natalidade, auxílio funeral, Auxílio para Situação de Vulnerabilidade Circunstancial, Auxílio para atender Situação de Calamidade Pública e o Auxílio Transporte.





Em 2021, foram solicitadas, pela Defesa Civil de Guarapuava, doações para as famílias em situação de vulnerabilidade. A população participou entregando as doações no centro de vacinação contra a Covid-19, na época situado na prefeitura, e na sede da Defesa Civil e também no drive-thru, criado para facilitar as entregas e manter o protocolo da Covid-19.


A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEMADS) trabalha junto com o CRAS, Centro de Referência da Assistência Social, mapeando famílias em situações de vulnerabilidade e risco por conta do frio intenso na cidade. Além de mapear as áreas, eles orientam famílias situadas nesses espaços e distribuem doações coletadas pelo CRAS, em parceria com a Defesa Civil.

Em entrevista com Rosangela Virmond, Secretária de Assistência Social de Guarapuava, foram salientadas as ações executadas pela prefeitura em períodos de frio intenso na cidade. No inverno do ano passado, por exemplo, a SEMADS realizou arrecadação de cerca de 600 cobertores e alimentos que foram doados. Também foram distribuídos pela população lonas, cestas básicas, colchões e telhas para auxiliar as famílias.


O Secretário de Habitação de Guarapuava, Fernando Damiani, discorreu sobre a dificuldade de controle em relação às pessoas em vulnerabilidade social que estão em áreas inapropriadas ou até mesmo de ocupação. Damiani também relatou que os governos federal, estadual e municipal não têm soluções imediatas para famílias em estado de vulnerabilidade social e que se encontram em situações habitacionais inadequadas.


O secretário também realçou que, com a pandemia, a quantidade de famílias que vivem em situações como essa, aumentou. Damiani citou outro programa que visa combater a questão habitacional experienciada em Guarapuava, o Vida Digna, que garante casas para 40 famílias de coletores de recicláveis.


Instituições públicas e privadas como a Universidade Estadual do Centro- Oeste (Unicentro), o Serviço Social do Comércio e a RPC (Rede Paranaense de Comunicação) anualmente fazem campanhas de arrecadação de roupas e alimentos para ajudar as famílias mais vulneráveis no inverno.


Por fim, houve campanha nas redes sociais para a divulgação do número da prefeitura que as pessoas deveriam ligar caso vissem alguém nas ruas. Além disso, havia rondas feitas pela equipe da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social todas as noites.




A população também desenvolve projetos não vinculados ao viés político, como por exemplo, o projeto Brasil sem Frestas em Guarapuava, que recolhe caixas de leite vazias e reveste casas de famílias em vulnerabilidade. Além disso, o programa também distribui cestas básicas e tem um bazar beneficente. O projeto conta com a participação de Laura Leal Lopes, idealizadora do programa, e Giselle Schimaichel.



Segundo Laura, foi necessário começar a construir as casas do zero, pois ao chegar para revestir as casas, muitas não tinham todas as paredes, o chão era direto na terra e essas famílias passavam frio, foram nove casas reconstruídas ou até mesmo construídas do zero, usando paletes e com mão-de-obra totalmente voluntária.



Simone Almeida é uma das pessoas que foram contempladas com o projeto Brasil Sem Frestas. Laura e sua equipe reformaram sua casa e revestiram ela com as placas feitas de caixa de leite. Simone é mãe solo, de 5 filhas, a mais velha tem 13 e a mais nova 9 meses. Além da casa, Simone recebeu doações de mantimentos e roupas para ela e para as filhas. Segundo Simone, foi o primeiro Natal que a família pôde comemorar com presentes e com o pinheirinho de Natal.


Acompanhe a história de Simone no vídeo abaixo:





 
 
 

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